Professoras da Facex apresentam pesquisa em Congresso

As professoras da Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do RN (Facex) Anuska Alencar e Luciana Fernandes, como co-autoras do trabalho da ex-aluna Patrícia Sanz, tiveram a pesquisa "A CRISE DE ENFRENTAR À CRISE: momento de redimensionamento institucional" aprovada para publicação em anais do III Congresso Brasileiro de Saúde Mental. O evento vai acontecer no […]


As professoras da Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do RN (Facex) Anuska Alencar e Luciana Fernandes, como co-autoras do trabalho da ex-aluna Patrícia Sanz, tiveram a pesquisa "A CRISE DE ENFRENTAR À CRISE: momento de redimensionamento institucional" aprovada para publicação em anais do III Congresso Brasileiro de Saúde Mental. O evento vai acontecer no iníco do mês de junho, em Fortaleza (CE).

O trabalho será apresentado no Eixo 06 do congresso, cuja temática é Processo de Trabalho no cotidiano dos serviços: experiências exitosas em Saúde Mental. Na pesquisa, a profissional e as docentes dão um recorte do relato de experiência, apresentando reflexões sobre os processos de trabalho em um CAPS II que passou pelo processo de transformação em CAPS III.

Segue abaixo o resumo da publicação:

Apresenta-se um recorte do relato de experiência de Estágio Profissional. O objetivo é apresentar reflexões sobre os processos de trabalho durante o período do estágio em um CAPS II que passou pelo processo de transformação em CAPS III. As mudanças no serviço implicam ir além da mudança de numeração, e requer um maior empenho da equipe. Compreendemos que a mudança significou um avanço nas conquistas almejadas pela reforma psiquiátrica, mas estamos preparados enquanto profissionais de saúde para essas mudanças? O CAPS III se caracteriza pelo acolhimento em leito e 24 horas de atendimento à crise. Nesta vivência percebe-se a crise dos técnicos a partir do momento de redimensionamento institucional, e as consequências para os usuários e a equipe. Apareceu como principal disparador de ansiedade, na maioria dos técnicos, a insegurança e o medo em lidar com a crise dos usuários, seguido do clamor pela intervenção do medico, podendo comprometer o sentido do atendimento psicossocial do CAPS por aproximar-se ao modelo de hospital psiquiátrico, no qual a contenção biológica parece ser o principal acolhedor (amortecedor) da crise. Neste sentido, entendemos a importância de aumentar o tempo de atendimento, mas precisamos ainda repensar o modelo das praticas de atendimento. O tempo da reforma psiquiátrica, embora com mudanças notáveis e positivas, parece não ter propiciado entender o que significa um serviço acolhedor de crises, especialmente, em momento de redimensionamento. Os profissionais discutiram as dificuldades em lidar com demandas derivadas da ampliação da rede de Saúde Mental: dificuldades em delegar atribuições; falta de conhecimentos técnicos para atender aos pacientes em crises; falta da equipe completa para cobrir o turno noite e a dificuldade de alguns técnicos para ouvir os outros repercute nas relações interpessoais e afetam sensivelmente o fluxo dos processos de trabalho. Os 12 anos de vida do CAPS II em transformação parece não refletir a experiência de todos os profissionais, tendo em vista, que alguns dos novos atores chegavam desconhecendo o processo da reforma psiquiátrica, com seus muros internos e alguns dos técnicos antigos saindo do serviço. Os novos técnicos se incorporam no momento de crise para atender a crise dos pacientes nos sete dias da semana durante 24 horas. Os apontamentos aqui discutidos ganham relevância podendo ser úteis para outros serviços substitutivos e para a reflexão de outros profissionais e gestores de saúde mental.