Síntese do simpósio Diversidade, Ética e Direitos Humanos realizado nos dias 20 e 21

Com a evolução do conceito de cidadania, no final do século XX, emergem as lutas para que se venha a compreendê-la não apenas como um conjunto de direitos civis, políticos e sociais, conforme indicava Marshall, mas também se incorpora a dimensão do direito à diversidade e à diferença. Nesse início do século XXI, como resultado […]


Com a evolução do conceito de cidadania, no final do século XX, emergem as lutas para que se venha a compreendê-la não apenas como um conjunto de direitos civis, políticos e sociais, conforme indicava Marshall, mas também se incorpora a dimensão do direito à diversidade e à diferença.

Nesse início do século XXI, como resultado dessas lutas, temos a incorporação do tema diversidade à linguagem das políticas sociais, especialmente a educação, a assistência social e a saúde (diversidade sexual e de gênero, religiosa, cultural, étnico-racial). Essa incorporação se dá mediada pelo conceito de equidade. 

Assim, articular os conceitos de cidadania, equidade e diversidade é hoje um desafio posto. Quais os caminhos possíveis? Apostamos em ações que promovam e disseminem valores associados à tolerância, ao respeito e à valorização das diferenças. Mais que isso, propõe-se a adoção de uma compreensão tridimensional da cidadania, que articula a redistribuição (redução de desigualdades), reconhecimento (valorização dos sujeitos em suas singularidades), e representação, na perspectiva de se estabelecer uma paridade participativa. 

Aqui entendida, nos termos de Fraser (2002), como a instituição de arranjos sociais que permitissem que todos os membros adultos da sociedade pudessem interagir entre si, como pares. Essa interação se  daria  através  de  uma  distribuição  mais equânime  de  recursos materiais, possibilitando  independência  e  voz  aos participantes  e,  por  outro  lado,  por meio  de padrões institucionalizados de valor cultural que exprimissem respeito e oportunidades iguais para que todos alcancem a consideração social. E finalmente, reitera-se a necessidade de defender um Estado laico e democrático, comprometido com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.