Após a graduação, é importante se manter em constante (trans)formação

Recém-formados podem fazer curso de especialização, mestrado ou MBA


É quase um consenso entre os especialistas em planejamento de carreira: hoje em dia, apenas a graduação não basta. Quanto maior a especialização do profissional, maiores as chances de crescimento na carreira. Mas a dúvida passa pela cabeça de diversos estudantes, formandos ou mesmo profissionais: quando começar a pensar em pós-graduação? E que caminho seguir? São essas dúvidas que Fernando Schuler, diretor geral do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) do Rio de Janeiro esclarece.

O diretor explica que, até 20 anos atrás, era comum a ideia de que a pessoa já se tornava um profissional assim que se formava no ensino superior. Hoje, os especialistas defendem a ideia da educação continuada. “Os processos de gestão e a tecnologia adquiriram um grau de complexidade muito grande. O profissional deve estar em constante formação para se adequar a essa nova realidade”, destaca Schuler. “Na pós-graduação, você passa por um constante processo de refino, até de revisão dos próprios conceitos e carreira”, explica o diretor.

De acordo com Schuler, existem três caminhos a se seguir após a faculdade. O interessado pode tentar uma Especialização, um Mestrado ou um Mestrado em Administração de Negócios, o famoso MBA. O diretor destaca que há muitos cursos onde empresários bem sucedidos dão fórmulas de sucesso, mas ele não recomenda esses cursos. “Eles são baseados muito na experiência pessoal do empresário, é mais opinativo. A academia tem uma visão mais abrangente e equilibrada, com base em dados e pesquisas”, explica.

Modalidades para diferentes perfis

As modalidades de pós-graduação são englobadas em dois grupos maiores, o stricto sensu e o lato sensu. No primeiro, estão os cursos mais teóricos, voltados para quem quer seguir carreira acadêmica. Nessa categoria, entra mestrado, por exemplo. Já o lato sensu é mais voltado para o profissional que quer se especializar no mercado. Aí estão as outras modalidades, como a especialização e o MBA.

No mestrado, o estudante se aprofunda em um assunto específico dentro de uma área de atuação. É um curso mais teórico, que envolve pesquisa mais pesada e uma dissertação sobre o assunto. “O estudante deve ter mais disciplina. É um trabalho extensivo, de aproximadamente 100 páginas, e que exige padrão de texto, de pesquisa, coleta de dados, um critério acadêmico”, destaca Schuler. Apesar de grande parte dos alunos de mestrado acabarem se tornando professores ou pesquisadores, eles também podem utilizar no mercado de trabalho o conhecimento adquirido durante esse período.

Schuler não recomenda que os estudantes já saiam da graduação para o mestrado. “Ele pode precisar de um tempo para maturar seu projeto”, comenta. Um caminho para o aluno recém-formado – especialmente se ele deseja fazer uma carreira mais voltada para o mercado – é a especialização. Esse é um curso curto, com duração média de um ano, onde ele pode se especializar em um assunto relacionado ou não à primeira graduação. Geralmente, profissionais que começaram a atuar em uma nova área, procuram essa modalidade.

Profissionais já inseridos no mercado de trabalho e que têm o desejo de se tornarem executivos devem investir no MBA. “O curso tem um foco mais executivo, muito focado na área de gestão”, comenta Schuler. Com duração média de dois anos, o MBA capacita profissionais de diversas áreas a lidarem com questões como recursos humanos, finanças, contabilidade e marketing.

Diferentes visões de mundo

Independentemente do caminho escolhido pelo profissional após a graduação, Fernando Schuler dá outra dica: procure instituições diferentes, de preferência dentro e fora do Brasil, nos diversos estágios da vida acadêmica. “Se o aluno quiser, ele pode fazer uma especialização, por exemplo, na mesma faculdade onde fez a graduação”. De acordo com o diretor, um caminho em diversas instituições vai dar uma visão de mundo mais abrangente.

Por falar em abrangência, outra dúvida comum entre estudantes e profissionais é relacionada à área da pós-graduação. Fazer em algo relacionado à graduação ou numa área nova? Mais uma vez, a resposta depende do rumo que a pessoa quer dar à carreira: “Para o profissional, é sempre bom aperfeiçoar uma área que ele sinta maior dificuldade. Mas, se alguém quer se aprofundar em uma área nova, nada impede de seguir esse caminho”, explica Schuler.

Fonte: Globo Universidade